O JULGAMENTO DE LULA PODERÁ CONDENAR O PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO

Hudson Cunha

            A sentença proferida pelo Juiz Sergio Moro no processo sobre o apartamento em São Paulo, mais conhecido como TRIPLEX do Guarujá, na realidade, TRIPLEX DA OAS,  embora tenha como réu o ex-Presidente Lula, representa uma oportunidade histórica de o Poder Judiciário julgar  seriedade, respeito ao devido legal e isenção..
            De fato, depois de uma sentença altamente criticada pela comunidade jurídica nacional e internacional, pois contem violações ao devido processo legal, ignorou os depoimentos de mais 70 testemunhas ouvidas em 27 audiências, não apreciou as provas em sentido contrário à acusação contidas nos autos, nem as contradições do delator Léo Pinheiro. Na fundamentação da decisão, criou uma série de conceitos alheios à doutrina como "ato de ofício indeterminado" e "proprietário de fato". Uma sentença que foi proferida após diversas ações acusadas como arbitrariedades jurídicas (como a prisão coercitiva sem seguir os parâmetros do Código de Processo Penal, a escuta e vazamento ilegais da presidenta Dilma Rousseff, o grampo de escritório de advocacia, a divulgação de trechos íntimos da família de Lula, o tratamento arbitrário dos advogados de defesa, entre outros descalabros do Juiz amigo e que gosta de viver de abraços com diversos delatados do PSDB e PMDB).
            Agora, após centenas de críticas bem formuladas das impropriedades da denúncia do Ministério Público Federal à sentença de Moro, resta ao Poder Judiciário, em segunda instância, julgar a Apelação interposta por Lula.
            Há esperanças de que, como em outros julgamentos, a Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, de Porto Alegre, poderá decidir sensata e honestamente em relação a Luiz Inácio Lula da Silva. E, como, em outros julgamentos, não decidir a partir de ilações, nem sem base na denúncia formulada e nos fatos e provas efetivamente obtidas. Assim, absolver o apelante Luiz Inácio Lula da Silva. Afinal a esperança é a última que morre.
            Uma condenação de Lula poderá colocar a reputação do Poder Judiciário na lama, no descrédito internacional. Provocará vergonha em brasileiros e brasileiras dignas, que sofrerão vexames em suas viagens internacionais e crescerá de suspeita para certeza de que o golpe tem o Poder Judiciário como sustentáculo e que Lula é vítima de lawfare, tática similar a uma guerra que se vale das instituições jurídicas para perseguir adversários políticos, negando o respeito a direitos fundamentais, como de direito de defesa e do devido processo legal, passa então a adotar teorias arbitrárias como o direito penal do autor, o direito penal do inimigo, a delação dirigida, particionada  e manipulada contra o acusado.
            Além disto, os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região sabem que serão testados, este processo pode colocá-los em julgamento internacional, dado que existem denúncias nas cortes internacionais de que na Lava Jato, incluindo o Juiz Moro, há arbitrariedades, ilegalidades e impropriedades. Cortes Internacionais que apontam parâmetros para julgamentos nos termos de Acordos Internacionais, como a Organização das Nações Unidas e a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Estas cortes poderão julgar as reclamações de Lula ainda em 2018, este ano.
            Mas, se, novamente, for tomada uma decisão absurda, sem o respeito ao devido processo legal, a comunidade jurídica nacional e estrangeira -  que já, em sua quase totalidade, acusou a arbitrariedade da sentença contra Lula - vai atacar a reputação do Poder Judiciário Brasileiro, taxando-o de altamente ser participante de uma farsa jurídica, da prática nazista de adoção da teoria penal do inimigo e estar comprometido com um julgamento tendencioso, de exceção, sem respeito às provas e subordinado a interesses espúrios como o de atacar Lula diretamente e provocar um retrocesso democrático no País que prejudicará todos os direitos e anseios dos brasileiros e brasileiras.

            Enfim, uma condenação de Lula será uma condenação do Poder Judiciário Brasileiro. 

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