É PRECISO DENUNCIAR A DIMENSÃO POLÍTICA DA TRAGÉDIA DO HAITI E COBRAR O RETORNO DAS TROPAS MILITARISTAS BRASILEIRAS

                                        “Se somos sérios na ajuda  desta terra desvastada, devemos parar de tentar controlá-la e explorá-la” Peter Hallward.
O OPINANTE LIBERTÁRIO não pode concordar com o papel subalterno do Brasil na questão do Haiti, sob o manto falso de tropas protetoras e humanitárias das Nações Unidas, no que diz respeito ao impedimento imperialista de o Haiti ter  rumos democráticos,  fornecer um digno padrão de vida para  a sua população e  ser respeitada a sua  autodeterminação.
O Brasil  precisa repensar urgentemente qual o seu papel nesta dominação, sob pena de ficarmos caracterizado, em definitivo, como contribuinte desta tragédia e não de soluções.
Os fins  imperialistas dos Estados Unidos -  que inicialmente declararam que ia priorizar  a defesa dos cidadãos norte- americanos no Haiti e depois apoiar a população  local,  Haiti, após a tragédia do dia 12 de janeiro – ficou patente  com invasão usando 10.000 soldados, sem dúvida, para impedir a livre expressão da população.
Aproveitaram o terremoto para recrudescer mais ainda a ocupação militar e imperialista de cerca de quase um século, colocando como ponta de lança Hillary  Clinton.
Peter  Hallward[1],  em artigo publicado no jornal britânico Guardian, do dia 13 último, acusa que a  dimensão da tragédia com o terremoto que atingiu o Haiti reflete, em grande parte, a forma opressiva, exploradora  e ditatorial que os EUA e seus subordinados mantêm a dominação do “país mais pobre do hemisfério”.
De fato, cita  que 75% da população vivem abaixo da linha de pobreza, dado que menos de 2
dólares diários, sendo que 56% não chega a sequer um dólar diário. E houve em  Porto Príncipe, com êxodo rural, a partir da política neoliberal adotada  em décadas recentes, resultando em cortiços e outras habitações precárias  vulneráveis aos sinistros, como o terremoto desta semana.
Terremoto das mesmas proporções deste que atingiu o Haiti ocorreu em Cuba,  em 2008, quando somente ocorreram 4 mortes, como observou Hallward, atribuindo a diferença a um tratamento mais preventivo, urbano e social em Cuba.
Já, Brian  Tucker, na edição do mesmo Guardian, do dia 14, declarou que “O terremoto do Haiti não pode ser admitido como obra de força maior”, atribuindo as dimensões da tragédia a falta de uma política de prevenção. E, ainda, cita que o gasto de prevenção, em questão de terremotos, representa 1/10 do que se gasta  posteriormente com o dano que se pode evitar.
Na luta pelo tratamento sério, como observado por Hallward, está o de defender o fim do controle e exploração do Haiti, o que sem dúvida, no entender do OPINANTE LIBERTÁRIO, envolve a reavaliação do papel  brasileiro nas forças das Nações Unidas, com as quais já gastamos cerca de 700 milhões de dólares e somente apoiamos a tragédia com 14 milhões de dólares. Go Back Militarismo Brasileiro e deixemos somente os bombeiros em apoio.Cerca de 2% a favor e 98% contra?! Por quê?

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[1] Acadêmico especialista em filosofia francesa e, também, intelectual dedicado ao estudo da história e dominação do Haiti. A matéria referida se encontra no seguinte endereço: http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2010/jan/13/our-role-in-haitis-plight

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