A EMENDA FOI PIOR QUE O SONETO: Gilberto Carvalho e Bancada Evangélica

                        O Ministro Gilberto  Carvalho,  secretário da Presidência da República, em Porto Alegre, durante o Fórum Temático Mundial, em um debate sobre hegemonia ideológica,  constatou o que assim disse que declarou:
“ quem tem presença na periferia do Brasil, quem fala para as classes sobretudo C, D e E são as Igrejas Evangélicas e, portanto, essa presença tem que ser  reconhecida, é real e efetiva”. (Veja o que realmente disse no rodapé desta matéria).
                        Milhões de brasileiros não ouviram isto, nem refletido sobre o que o Ministro dissera.  Mas, os fatos levariam a uma escandalosa divulgação da frase do ministro alterada, o que só prejudica o debate sério da influência dos evangélicos, como leva a constatação de que há pessoas interessadas em fazer uma tempestade em copo d'água em período pré-eleitoral e comunicar a deturpação até para membros da bancada evangélica que são dignos de respeito.
                        A declaração do Ministro, logo transmitida com deturpações,  deu a entender aos evangélicos  que se tratava de uma proposta de disputa ideológica e confronto com os  evangélicos. E, que estaria com ela contida a proposta de aborto, nem aludida pelo Ministro.
                        A reação de segmentos evangélicos não tardou, o próprio senador Magno Malta, conhecido por sua seriedade e dedicação ao cumprimento eficiente e eficaz do mandato,  com uma   adjetivações  agressivas,  denominou o ministro de : camaleão, safado,  ministro meia-boca, cara-de-pau, mentiroso, ...
                        E Magno  Malta, certamente informado por alguém tendencioso,  na Tribuna do Senado Federal, assim interpretou o que fora dito
“A próxima batalha ideológica será  com os evangélicos, pois estes conservadores têm uma visão do mundo controlada  por pastores de televisão.”
           .        Acrescentou o Senador, que o ministro “atacara” os evangélicos   para uma platéia a favor do aborto. (veja o vídeo do pronunciamento).

                        Gilberto  Carvalho veio a público declarar que houve mal entendido, que ele não dissera o que fora aludido pelo Senador Malta. E, referiu ao verdadeiro conteúdo de sua  intervenção no Fórum Mundial.                
.                      Parlamentares do PT procuraram esclarecer a verdadeira interpretação, inclusive,  o deputado Paulo Teixeira, usou da tribuna para defender a visão de Gilberto  Carvalho e o que dissera. E, entre suas observações, Paulo Teixeira destacou que   
“se formos fazer um estudo sociológico, vamos perceber que os evangélicos são muito fortes nesses segmentos e isso não é uma crítica, é um elogio, uma constatação da força desse segmento na sociedade brasileira”.
                        Sem  considerar suficiente, a explicação das palavras proferidas no Fórum Mundial;  senadores, deputados evangélicos e pastores decidiram não reconhecer mais o  ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) como interlocutor do governo com o segmento. Entre os parlamentares o ex-governador  Anthony Garotinho, que até  participava de obstrução em sessão da Câmara dos Deputados exigindo explicações do ministro e até afastamento do cargo (clique aqui).
                        Gilberto Carvalho foi à busca da bancada evangélica para explicar o real conteúdo de sua manifestação. Esta declarou que ele deveria pedir desculpas formais, Gilberto  Carvalho, conforme os evangélicos, formulou desculpas por suas palavras.
                        Então,  Gilberto Carvalho, esclareceu que “O pedido de desculpas que eu fiz, o  perdão, não foi pelas minhas palavras, mas pelos sentimentos que elas provocaram  em alguns deputados e senadores, pelas interpretações que surgiram a partir de  Porto Alegre” (veja o vídeo).

.                        Comunicou ainda que não falara em aborto no referido debate, pois alguns dos parlamentares cobravam que ele tinha defendido o aborto.

  .                        Gilberto Carvalho, já havia explicado e o pedido era desnecessário, mas os  políticos evangélicos exigiram mais, um pedido de desculpa formal. E ele  atendeu, nos termos acima e publicou nota com interpretação dada aos  evangélicos.
                        Não  tardou, muitas reações contra o Ministro e os Evangélicos, agora radicalizadas  surgiram.
 
                        Jorge Oliveira, citado no Blog de Claudio Humberto, declarou  que:
  “Nunca antes na  história desse país, a população assistiu a uma cena tão deprimente,  degradante e humilhante: um ministro de Estado, cabisbaixo, constrangido,  curvando-se diante de um monte de deputados evangélicos,  clamando por perdão,  como fazem os incautos diante do culto desses farsantes nos templos ou nos horários infindáveis das televisões".
                        Ou seja,  aí houve ataques aos parlamentares e prosélitos evangélicos que exigiram algo deprimente, e, ainda levou ao surgimento de ofensas aos pastores de farsantes.
                        E, o  Ministro, também, foi criticado, como exemplifica as palavras twittadas por Milton Temer, que disse:
Gilberto Carvalho é um frouxo;  2- E o governo Dilma, se é refém dos pentecostais, não é governo laico, para  além de ser covarde”.
                        Já,  Francisco  Barreira, em matéria que titulou "A hegemonia fascistóide da nova classe média",  tenta interpretar o ocorrido como:
 “Mas é acima de tudo, um fenômeno  que revela a mútua cooperação entre o modo de produção capitalista e esse jeito  egoísta, idiota e animalesco ser e de ver as coisas do Mundo.”      (veja matéria: clique)     
.                       Em debate na UnB, um partícipe disse:
“Estamos rumando para uma nova idade média, com uma nova tendência de repressão semelhante à inquisição no  seu período mais negro"         
.                      Ora, a explicação já fora feita, mas as exigências dos parlamentares sobre o Ministro humilhado, que poderá resultar em perdas para ambos os lados daquele debate, com  o ataque, como se hoje, se manifesta numa terceira vertente realmente antievangélica e antigovernamental.
                        São  conhecidos diversos pastores e religiosos evangélicos sensatos que não se envolvem e nem aceitam atitudes tão polarizadas. São a favor dos direitos  humanos, inclusive o de livre expressão. Não querem impor uma única visão: a pentencosta.  Também,  muitos políticos, inclusive do PT, não são tão maleáveis a pressões de religiosos que agem como   repressores medievais. Pois, nunca foi uma prática defendida por Cristo.
                       Por  isso, é  incompreensível, a forma como ocorreram os fatos envolvendo o  Ministro e os políticos da religião evangélica. Pessoas que poderiam contribuir para logo sanar qualquer mal entendido por um diálogo franco e mais apropriado  ao século XXI .       
 .                       Mas tem político que prefere se expor, advogando contestação de tese e de interpretações equivocadas.  Agride moral e politicamente sem medidas a quem as atribue autoria da frase inventada. E o que pior, a degradante perseguição é tamanha, que – mesmo não sendo autor – a vitima humilhada e rifada se retrata sem necessidade, o que representa convite ao absurdo domínio da mentira.
.               A retratação absurda que os politicos da bancada  evangélica , agora não todos, continuaram a atacar o Ministro e a criar celeumas e tempestades em copo d'água. E a gente não sabe até onde vão estes políticos. (clique aqui).
.                Ou seja, o que houve efetivamente foi uma EMENDA PIOR QUE O SONETO.


GRAVAÇÃO DE PORTO ALEGRE, confirma que não houve agressão ou ameaça de disputa por Gilberto Carvalho. transcrição:
 Em Porto Alegre ele limitou-se a dizer o seguinte: "É muito importante que nós façamos nosso trabalho social pensando nesse novo Brasil, conhecendo essa nova realidade, não tendo ciúmes daquelas políticas de governo que atingem as nossas clientelas, que não batem mais às nossas portas muitas vezes, porque já caminharam por outros caminhos. E aí [vem] uma necessidade importantíssima de uma disputa ideológica, de uma disputa de projeto frente a esse nosso público. Que nós sabemos, quem conhece a periferia desse país, que é um público hegemonizado muitas vezes por setores conservadores. Lembro aqui, sem nenhum preconceito, o papel e a hegemonia das igrejas evangélicas, das seitas pentecostais que são a grande presença nesse (mundo)".

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